quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Manual de ética Cristã - 3

[Baseado em Mateus 7]


Esse capítulo aborda três assuntos: julgamento, perseverança na oração e bons frutos. Jesus começa condenando o julgamento hipócrita. Não devemos apontar os erros dos outros para esconder os nossos. Para ilustrar o ponto, Jesus usa uma figura engraçada de uma pessoa tentando tirar uma coisa insignificante do olho do outro quando ela mesma tem um grande pedaço de madeira no próprio olho. Mas devemos ter cuidado ao falar sobre esse julgamento, pois o versículo 1 é, freqüentemente, usado para dizer que nunca devemos criticar ou julgar nada, e que não devemos dizer que uma pessoa está errando. Não é esse o ponto que Jesus aborda, visto que em outros versículos, em outros textos bíblicos como Tessalonicenses 5:20-21, até mesmo em Mateus 7:15-20, diz que devemos julgar (discernir) o bom e o mau sim. Conhecemos e podemos julgar uma árvore pelos seus frutos. Ele proibiu o julgamento hipócrita para destruir ou condenar.

No versículo 6 mostra que quando pessoas claramente mostram desdém pelo evangelho, não devemos continuar insistindo e forçando-as a aceitar a palavra. Algumas pessoas, cauterizadas pelo pecado, não conseguem apreciar o grande valor da palavra de Deus.

Em continuação Ele nos assegura do poder do Deus que ouve nossas orações. Ele ouve e responde. Quando nos achegamos a Deus, ele se chega a nós. Ele ouve nossos pedidos mesmo quando achamos que Ele não ouve. Porém devemos entender que nem sempre Ele vai nos dar da maneira como queremos, afinal, ele sabe o melhor para nós. Ele dá o que PRECISAMOS! (Estes versículos são usados, muitas vezes, para defender o "evangelho da prosperidade", ou seja, a doutrina popular e errada que Deus quer a prosperidade financeira e a boa saúde física de todos os fiéis. O próprio contexto é suficiente para provar que não é o ponto. Jesus mesmo condenou a busca de riquezas e pregou o contentamento - Mateus 6:19-21,25,31-34).

Um discípulo de Cristo tem escolhas entre duas entradas (13-14), cabe a nós escolher o caminho mais fácil ou o caminho às vezes difícil aparentemente, mas que nos leva à salvação eterna. Devemos ter cuidado com os falsos profetas, tanto para não cairmos no engano como para não nos tornarmos um deles, pois estes colherão seu mau fruto no dia do juízo. Devemos ser uma árvore boa, como no Salmo 1 “plantado junto à ribeiros de águas, cujo fruto nasce na estação própria, cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará”, dando bons frutos para a Obra do senhor, afinal, somos conhecidos por eles. Jesus nos mostra como algumas pessoas chegarão no dia do juízo enganadas, confiando na salvação, mas serão apartadas. A única maneira de ter segurança espiritual é edificar a vida sobre o alicerce da palavra de Deus.

“Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.” (Mt 7: 28-29).

Jesus é maravilhoso e puro, e tinha respaldo em sua vida para falar a respeito de qualquer assunto sobre conduta.

Manual de ética Cristã - 2

[Baseado em Mateus 6]


No capítulo 6, Jesus começa nos ensinando que quando fazemos o bem a alguém, não devemos esperar recompensas terrestres, pois caso nós fizermos isso esperando glória humana, Deus não nos recompensará. Ele nos pede distinção entre nós e os gentios e hipócritas. Quando orarmos, jejuarmos, devemos fazer isso para nos aproximar de Deus, não para nos mostrar mais santos que os outros. E ao orarmos, que não sejamos repetitivos, achando que uma oração decorada e repetida várias vezes terá mais efeito que uma oração de coração contrito. Quando fala nesse assunto, ele aproveita para nos ensinar a orar.

A oração do Pai nosso é como um esqueleto de oração:

“Pai nosso que estás nos Céus”: A primeira coisa a se fazer é reconhecer Deus como nosso Pai Celestial. Devemos tratá-lo com respeito, assim como devemos tratar nosso pai terreno com respeito. “Por que os que o aceitaram foram feitos filhos de Deus ( João 1: 12). E devemos reconhecer a autoridade que Ele tem como todo-poderoso e criador de todas as coisas ( “que estás nos Céus” ).

“Santificado seja o teu nome”: Essa expressão “Teu nome” fala de Deus na Sua totalidade, significa Deus em todos os Seus atributos. Devemos ter essa preocupação genuína em dar toda a glória a Deus Pai.

“Venha a nós o Teu reino”: Aí estamos orando pelo sucesso do evangelho, em sua amplitude e poder, é uma oração missionária, e também indica que estamos esperando e apressando a vinda do dia de Deus, quando vamos reinar com Ele por toda a eternidade.

“Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu”: Quando eu desejo que a Vontade de Deus prevaleça a minha, os itens anteriores se cumprem. Seja na Terra ou no céu, Sua vontade é perfeita, boa e agradável. Desejamos que a Glória dEle aqui na Terra seja a mesma que no Céu.

“O Pão nosso de cada dia dá-nos hoje”: Esse pão é no sentido de todo alimento necessário. É uma expressão de seu cuidado conosco e a nós cabe viver debaixo de Sua providência, confiando em suas promessas.

“Perdoa as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores”: Com a mesma medida com que perdoamos uma falha do próximo, é da mesma forma que Deus irá nos perdoar. A parábola do credor incompassivo, por exemplo, ensina que a prova que você e eu fomos perdoados é que perdoamos aos outros.

“Não nos deixes cair em tentação”: Precisamos pedir ajuda ao Pai para não falharmos, para não pisarmos nossos pés onde não devemos, afinal somos falhos, só conseguimos ser perfeitos nEle. Nesse sentido Jesus nos ensina a orar e vigiar para não entrar em tentação (Mt. 26:41).

“Mas livrai-nos do mal”: Aí pedimos que o Senhor nos guarde não somente do diabo mas também de todas as formas e variedades do mal. Só está livre quem é redimido por Cristo (Jo. 8:32).

“Pois Teu é o Reino, o poder e a glória para sempre, amém”: Precisamos terminar nossa oração conforme havíamos começado, isto é, louvando ao Senhor.

Ainda neste capítulo, Jesus nos adverte a cerca de onde deve estar o nosso coração: Não nos tesouros desse mundo, mas nos tesouros celestiais. Os tesouros terrestres passam, se consomem, mas a glória recebida pelo Pai, transcende a eternidade. Quando nos focamos em dinheiro e em bens, acabamos por servir a esse “deus”, e Jesus deixa bem claro que não se pode servir a dois deuses, pois você vai acabar servindo muito mais a um que ao outro, e devemos servir somente e completamente ao Pai celeste. Muitas vezes buscamos riquezas por estarmos preocupados com o futuro, como formas de sustento para nós e nossa família, mas Jesus nos acalma, nos mostrando nosso valor diante de Deus. Se nosso Pai cuida das aves, dos animais dos campos, por que não cuidaria de nós, que somos feitos sua imagem e semelhança? Busquemos antes de qualquer coisa o reino de Deus, e Deus nunca nos deixará desamparados. “Basta a cada dia o seu mal“ (34)

Manual de ética Cristã - 1

[Baseado em Mateus 5]


Tendo em mente que “bem-aventurado” significa feliz, vemos que Jesus, muito além de um manual de ética cristã, estava nos dando dicas para uma vida feliz. Esse sermão nos traz uma base de qual deve ser a conduta de um cristão, e é um primeiro marco do ministério de Jesus na Terra.

Em Mateus 5 Jesus nos dá um alerta sobre nossas atitudes enquanto cristãos. Devemos ser Sal e Luz. Ele nos fala que para sermos diferença, para salgarmos, esse sal deve estar PURO: “se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor?” (v 13). Assim como a Luz, que simboliza pureza e revelação divina deve “alumiar a todos que se encontram na casa” ( v 15), para a Glória de Deus.

Além de nos deixar um discurso edificante, Jesus nos deixa bem claro que o papel dele em vida não seria destruir a lei e os profetas, mas sim cumpri-la ( 5: 17). Ele se importa em mostrar que as coisas que fazemos em pensamento têm tanta importância quanto as nossas ações. O pecado já é cometido quando o maquinamos em nossas mentes. Jesus vai além do “não matarás”, ele deixa claro que já no fato de “irar-se ou insultar o seu próximo” (5:22) podemos ser rés em juízo e sermos “condenados ao inferno de fogo” (5: 22b). Ele não só condena este ato, ele nos mostra como agirmos quando tivermos alguma ofensa e mesmo quando alguém tem alguma ofensa conosco (5: 23-26). Enquanto a Lei diz “não adulterarás”, Jesus nos adverte que “qualquer que olhar uma mulher com intenção impura no coração, já adulterou com ela” (5: 28). Ele mostra o valor de uma boa conduta e de bons pensamentos: Valem mais que qualquer parte do corpo que venha escandalizar o próximo ( 5: 29 e 30).